A SUA ESCOLA TEM UMA ESTRUTURA DE APOIO SOCIOEMOCIONAL EFETIVA PARA LIDAR COM A RETOMADA ESCOLAR EM 2022?
É consenso que a pandemia trouxe prejuízos não somente ao aprendizado, mas também à saúde mental de crianças e adolescentes. Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou os efeitos do isolamento social nessa população. Os dados apontam que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros entre 15 e 24 anos se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer as coisas. Multiplicam-se histórias nas redes sociais sobre crianças e adolescentes com irritação, sensação de cansaço e ansiedade, agressividade, tristeza e até pensamentos suicidas.
Outro dado interessante é que na recente retomada ao presencial, muitos educadores têm encontrado alunos de séries avançadas com comportamentos de crianças menores. Por passarem tanto tempo confinados no ambiente familiar, muitos perderam os filtros necessários.
São esses estudantes fragilizados que a escola está recebendo e receberá ano que vem, e para os quais, acima de tudo, deverá prover acolhimento e escuta. Se havia alguma dúvida de que a escola é um local de proteção e sociabilidade, agora já não há mais.
Como agir proativamente? Não há uma fórmula ou receita. Cada escola deverá encontrar um formato alinhado com sua cultura e planejamento, mas há práticas interessantes como a de ter um projeto de apoio socioemocional estruturado por meio da atuação em conjunta de professores tutores e orientadores educacionais responsáveis. O objetivo é identificar semelhanças comportamentais nos alunos e traçar um plano de ação para cada comportamento identificado, positivo ou negativo.
No entanto, um projeto como esse só funcionará se houver investimento na qualificação do acompanhamento socioemocional, com mais reflexões conjuntas e trabalhos que contemplem tanto o bem-estar do grupo como a atenção individualizada para detecção daqueles que possam necessitar de apoio terapêutico especializado.
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