IDENTIFICANDO E PREVENINDO A VIOLÊNCIA ESCOLAR (Post 2 de 3)
PARTE II: Impactos da Violência Escolar
A Dra. Aimee Daramus explica como a violência escolar pode afetar crianças e jovens que a cometem, sofrem, ou testemunham, assim como aos seus pais.
Impacto nas Crianças que Cometem Violência
Crianças ou jovens que foram vítimas de violência ou expostas a ela em algum grau, às vezes acreditam que se tornar violentos é a única maneira de estar seguros.
Quando cometem violência podem experimentar uma sensação de satisfação quando sua necessidade por força ou segurança é preenchida. No entanto, essa sensação não dura muito porque começam a temer punições ou vinganças, o que desencadeia raiva que por vezes leva a mais violência se tiverem medo do que possa acontecer se não se protegerem.
Essas crianças precisam de ajuda para quebrar esse ciclo. Elas precisam entender que violência pode ser temporariamente satisfatória, mas que vai levar a mais problemas.
Impacto nas Crianças Vítimas de Violência Escolar
Vítimas de violência escolar podem ficar fisicamente feridas, com cortes, arranhões, hematomas, ossos fraturados, feridas por armas de fogo, concussões, deficiências físicas ou mesmo morte.
Em termos emocionais, podem sofrer depressão, ansiedade ou raiva. Seu desempenho acadêmico pode decair, pela dificuldade de manter foco na escola quando só conseguem pensar em como evitar se machucar de novo.
A violência escolar é traumática e pode causar danos psicológicos consideráveis. Experiências traumáticas podem ser difíceis para adultos também. Entretanto, quando alguém cujo cérebro ainda não está totalmente desenvolvido passa por um trauma – especialmente se for prolongado – o seu cérebro pode entrar em “modo de sobrevivência”, o que afeta a sua atenção, concentração, controle emocional, e a sua saúde a longo prazo.
De acordo com um estudo de 2019, crianças que sofreram violência escolar correm riscos de transtornos de afetividade, abuso de álcool e drogas, obesidade, diabetes, câncer, doenças cardiológicas e problemas respiratórios por um longo tempo.
Quando mais grave tiver sido a experiência sofrida na infância, maior o risco para sua saúde física e mental na vida adulta.
Impacto em Crianças que Testemunham Violência Escolar
Crianças que testemunharam violência escolar podem sentir-se culpadas de ter assistido a ela e com medo demais para conseguir pará-la. Podem se sentir ameaçadas, e o seu cérebro pode reagir de maneira similar a uma criança que sofreu violência escolar.
Além disso, quando crianças sofrem ou testemunham traumas, as suas crenças básicas sobre a vida e as outras pessoas são frequentemente alteradas. Elas deixam de acreditar que o mundo é seguro, o que pode ser danoso para a sua saúde mental.
Para uma criança ser capaz de se cuidar quando vai ficando mais velha, ela precisa antes de se sentir segura e cuidada. Aprender a lidar com ameaças é uma lição avançada que precisa ser construída sobre uma base de segurança e autoconfiança.
Crianças que sofreram ou testemunharam violência escolar podem se beneficiar de terapia que as ajude a processar o trauma, controlar suas emoções e aprender as habilidades de como lidar com elas para se curar.
Impacto nos Pais
Os pais reagem à violência escolar de várias maneiras. Alguns encorajam seus filhos a fazer bullying com outras crianças, acreditando que violência é força. Alguns tentam ensinar seus filhos a agir de maneira que não atraiam bullying ou outros tipos de violência, mas isso também não funciona e pode fazer as crianças se sentirem culpadas por sofrer bullying.
Outros ainda são proativos e tentam trabalhar junto com a escola – ou mesmo desafiar a escola, se necessário – para tentar manter seus filhos seguros.
